Por Henrique Botelho
Frequentemente nos deparamos com reflexões acerca da carreira profissional, é comum por exemplo, em processos seletivos os selecionadores perguntarem aos candidatos o que eles projetam para suas carreiras nos próximos cinco ou dez anos. Em salas de aula, palestras e afins, também somos convidados a fazer essas reflexões: “onde você pretende estar daqui cinco anos?” “como você imagina estar daqui cinco anos?”. Evidentemente as respostas para essas perguntas vão sempre ser pautadas no desejo futuro de estar em uma posição de destaque dentro da empresa, estar trabalhando em grande empresa, possuir um bom salário, ter reconhecimento e prestígio perante ao círculo social, estar conduzindo um negócio próprio, normalmente as respostas vão permear esses intentos. E na esteira da busca pelo crescimento na carreira temos muitas dicas, orientações e “manuais” advindos de revistas especializadas, artigos que se dedicam ao estudo da matéria, palestras norteadoras [por vezes desnorteadoras], sites e afins, no entanto, é difícil pasteurizar a “fórmula da carreira perfeita” e distribuir em pílulas.
Não obstante, todos esses aspectos apontados que de fato não temos o manual da carreira perfeita, mas invariavelmente tenho notado algumas semelhanças em carreiras exitosas, semelhanças essas que aqui propositalmente vou chamar de coincidências. Tenho notado e estou convencido de que o estágio que a sua carreira vai estar daqui a cinco anos tem uma íntima relação e dependerá de basicamente três itens:
– A qualidade dos livros que você vai ler nos próximos cinco anos;
– A qualidade dos cursos que você irá frequentar nos próximos cinco anos;
– A qualidade das amizades que você irá cultivar nos próximos cinco anos.
Os bons livros contribuirão com a amplitude conceitual, com a expansão da capacidade de assimilação e discernimento. Os bons cursos lhe fornecerão ferramentas para aplicação prática na sua atividade profissional. Enquanto as amizades vão te permitir fazer reflexões e desenvolver o senso crítico, e principalmente o auto crítico, além de constituir um importante ativo para a carreira: o networking, ou seja, a sua rede de contatos profissionais.
Como os três itens tratam da qualidade das escolhas, isto é, implicam em decisões que cada um tomará à luz da própria auto análise, e uma vez tomando-as partirá para a ação concreta, estamos diante talvez de um bom indicativo de norte para a carreira. Pode parecer paradoxal, uma vez que inicie o texto questionando a eficácia dos “manuais da carreira perfeita” e estamos concluindo com o indicativo de ações, no entanto, os indicativos não se tratam do mapa e sim de coordenadas para a construção do mapa. Uma vez que são aspectos qualitativos, cada um dará o tom que acha mais adequado para si. O fato é que a qualidade dos livros lidos, dos cursos frequentados e do networking estabelecido fatalmente impactarão concretamente no horizonte da carreira de cada um de nós. Pense nisso.
Henrique Botelho
Consultor Empresarial