O que está por trás do chamado comprometimento?

Por Henrique Botelho

Dentre a imensidão de termos do mundo corporativo, talvez um dos mais utilizados no dia a dia das empresas seja a palavra comprometimento.

É comum encontrar na maioria das empresas a palavra comprometimento figurando entre a lista de princípios e valores, ecoando em reuniões e até mesmo entre as equipes é uma pauta recorrente.

É comum observar também no processo de ambientação de novos colaboradores a evidenciação por parte dos gestores de Recursos Humanos da importância do comprometimento de cada colaborador para a empresa e assim por diante.

E de fato o comprometimento é algo fundamental para a geração de resultados, e desconheço, alguém que seja contra e que não deseje ter comprometimento com aquilo que faz. Desse modo, estamos diante de uma indagação, pois se as empresas querem o comprometimento dos colaboradores e os colaboradores também querem estar comprometidos com a empresa, por que será que não raramente ouvimos dos gestores: “Fulano de tal, foi demitido, pois não tinha comprometimento” “Fulano de tal, é um bom profissional, mas em comprometimento a nota é zero”.

O motivo dessa percepção dúbia acerca do comprometimento talvez  resida no fato de que pouco se explica, de forma prática e concreta, sobre o que vem a ser comprometimento e ainda mais, pouco se explica sobre o que se deve fazer para demonstrar comprometimento.

Para encontrar possíveis respostas para essas indagações é necessário compreender o termo comprometimento. A palavra comprometimento significa ter compromisso com algo, estar engajado em algum compromisso, cabe aqui ressaltar que só estabelecemos uma relação de compromisso quando existe o senso de pertencimento, ou seja, é necessário que a pessoa se sinta parte do processo, parte da empresa, parte do resultado. E o senso de pertencimento não é tão simples de se estabelecer.

Nas minhas andanças tenho observado que o instrumento com maior eficácia para gerar senso de pertencimento é estimular nas pessoas o fato de serem proprietárias [donas], ou seja, cuidar das suas atividades, como se fosse o proprietário da empresa, pois tudo aquilo que é nosso, a gente cuida melhor do que aquilo é de terceiros. Isso está presente em várias situações do cotidiano. O seu carro você cuida melhor que o carro que você aluga, a sua casa você cuida melhor que a casa que você aluga, e assim por diante. Desenvolver o senso de “ser dono”, é a única forma de gerar comprometimento, ou seja, é necessário pensar como dono diariamente, pois pensar como dono te integra ao processo, gera o senso de pertencimento. Dessa forma, comprometimento nada mais é do que pensar e agir como dono.

Diante disso, as empresas precisam explicar melhor para seus colaboradores a forma pela qual os mesmos demonstrarão comprometimento: pensando como dono, ou seja, cuidando da empresa como se sua ela fosse. E sob a ótica do colaborador, o ato de pensar como dono, melhora substancialmente sua capacidade de tomada de decisão! Pense nisso. Forte abraço!

Henrique Botelho
Consultor Empresarial

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